A jornalista Milly Lacombe voltou ao centro de uma polêmica nesta semana após ser impedida de participar da Feira Literomusical (FLIM), em São José dos Campos (SP).
O cancelamento da presença da escritora e colunista aconteceu depois de manifestações contrárias, motivadas por declarações recentes dela sobre família.
“Família é um núcleo produtor de neurose. Essa família tradicional, branca, conservadora, brasileira. Gente, isso é um horror. É a base do fascismo. Falemos a verdade”, declarou a jornalista no podcast Louva a Deusa, em julho.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Milly afirmou que considera a decisão uma derrota não apenas pessoal, mas “para todos que lutam por um mundo da livre expressão”.
Como foi a briga entre Milly Lacombe e Rogério Ceni?
O episódio acabou resgatando um dos momentos mais marcantes – e controversos – da carreira de Milly: sua briga pública com o ex-goleiro Rogério Ceni, então ídolo do São Paulo.
A confusão aconteceu em 2005, quando a jornalista participava do programa Arena SporTV. Durante o debate, ela afirmou que Ceni teria falsificado uma assinatura em um contrato envolvendo o Arsenal, da Inglaterra, insinuando que o jogador teria agido de forma desonesta em negociações internacionais.
A acusação gerou reação imediata. Rogério Ceni telefonou ao vivo para o programa, contestando as declarações e cobrando provas.
O que aconteceu com Milly Lacombe?
O episódio ganhou enorme repercussão no meio esportivo, já que o goleiro era uma das principais referências do futebol brasileiro naquele momento. Sentindo-se ofendido, Ceni decidiu levar o caso à Justiça, alegando danos morais e pedindo uma indenização de R$ 150 mil.
O processo correu durante alguns anos, e a decisão final foi favorável ao atleta. Milly foi condenada a indenizá-lo em cerca de R$ 60 mil, além de ter sua imagem bastante abalada pela acusação considerada sem fundamento.
A repercussão negativa resultou também no afastamento da jornalista do SporTV e marcou profundamente sua trajetória profissional.
“Esse erro me acompanha até hoje”
Anos mais tarde, Milly reconheceu publicamente o erro. Em entrevistas, admitiu que sua fala foi precipitada, destacou que jamais deveria ter feito a acusação sem provas e classificou aquele episódio como um dos maiores equívocos de sua carreira. “Eu errei, e esse erro me acompanha até hoje”, disse em entrevista recente.
Agora, diante do veto à sua participação em um festival literário, a lembrança desse caso voltou a circular com força nas redes sociais.
A trajetória de Milly Lacombe, marcada tanto por sua atuação em veículos de imprensa quanto por polêmicas, segue dividindo opiniões entre apoiadores e críticos, especialmente quando o debate envolve liberdade de expressão e responsabilidade no exercício do jornalismo.