Novela exibida entre 1999 e 2000 pela Globo, Terra Nostra contou com gravações externas em Southampton, na Inglaterra, e também em localidades brasileiras como Santos, São Paulo, Jaguariúna, Pinhal e Santa Rita de Jacutinga, além da cidade cenográfica montada no Projac (atual Estúdios Globo).

Confira os detalhes:

Gravações na Inglaterra

Navio utilizado nas gravações de Terra Nostra
Navio utilizado nas gravações de Terra Nostra

A procura do navio que traz os italianos para o Brasil levou bastante tempo, já que era indispensável encontrar uma embarcação que, além de corresponder artisticamente ao que estava sendo procurado, pudesse ser usado como locação.

Depois de inúmeras pesquisas, o navio S.S. Shieldhall foi encontrado no sul da Inglaterra e, depois de devidamente adaptado, transformou-se no Andrea I da novela.

Como seria impossível trazer o navio para o Brasil, uma equipe de mais de cinquenta pessoas, incluindo técnica, produção e elenco viajou para Southampton onde, durante uma semana, foram realizadas as gravações que aparecerão nos dois primeiros capítulos de Terra Nostra.

Gravações no Brasil

Enquanto o navio estava sendo procurado, o porto de Santos foi escolhido para ser o primeiro lugar de gravação da novela, mostrando o desembarque dos imigrantes no país.

Cenas grandiosas, com mais de 300 figurantes, deram partida ao começo deste trabalho. O Museu do Imigrante, no bairro do Brás, na capital paulista, reviveu seus momentos de Hospedaria dos Imigrantes – objetivo com que foi construído.

E a velha estrada de ferro que passa por Jaguariúna voltou a ver a velha Maria Fumaça repleta de imigrantes curiosos frente ao novo mundo.

Onde ficam as fazendas de Terra Nostra?

Logo depois das gravações em Santos, São Paulo, Jaguariúna e Southampton, a equipe se deslocou para o interior do estado paulista, para a cidade de Pinhal, escolhida como cenário das gravações das plantações de café por ser um dos poucos lugares no Brasil onde ainda o café é plantado de maneira artesanal, manualmente, como era feito pelos imigrantes.

Após Pinhal, o destino foi a pequena cidade mineira de Santa Rita de Jacutinga, onde ficam as duas fazendas da história: a de Gumercindo e a de seu amigo Altino.

Cidade cenográfica

Cidade cenográfica de Terra Nostra
Cidade cenográfica de Terra Nostra

Os cenários – tanto de estúdio quanto os da cidade cenográfica – começaram a ser criados seis meses antes por Raul Travassos, cenógrafo da novela.

“Teremos uma grande cidade cenográfica da época vitoriana que mostrará um trecho da Avenida Paulista, com três de suas mansões, inclusive a de Francesco, que foi inspirada em duas casas que realmente existiram no local no período”, contou Raul na época da estreia.

A cidade possui também uma rua de comércio, que tem como referência a Rua São Bento, onde Paola irá morar, com várias lojas t’picas da época, como luvaria, chapelaria, joalheria, uma confeitaria e a casa bancária que o personagem de Raul Cortez vai inaugurar na trama.

“Esta rua tem, ao fundo, a Igreja do Carmo, que na realidade se encontra em outro bairro da capital paulista, mas que decidimos colocar lá em uma licença poética”, explica o cenógrafo.

Além destas duas ruas, a cidade cenográfica comporta também os fundos da fazenda de Gumercindo, a antiga senzala, que será usada como dormitório por Matheu e Tiziu, e a vila onde os italianos construirão suas casas.

No estúdio foram criados vários cenários, como a terceira classe do navio, e as casas dos personagens. Entre eles, o cenógrafo destaca os cenários completos das casas de Gumercindo e Francesco, cada um dividido em vários ambientes.

“Por exemplo, a fazenda será toda recriada no estúdio, com cozinha, sala de estar, de jantar, os quartos dos personagens, escritório, e um grande banheiro, tudo em cores claras, com móveis em madeiras claras”, adiantou Raul. Este cenário irá contrastar radicalmente com o luxo da casa de Francesco, que terá até afrescos – pintados a mão – cobrindo as paredes.