Na semana em que o Flamengo reencontra o Estudiantes pela Copa Libertadores, a memória de Narciso Horacio Doval volta à tona.
O ex-atacante argentino, um dos maiores ídolos estrangeiros da história rubro-negra, morreu em outubro de 1991, aos 47 anos, pouco depois de acompanhar uma vitória do time carioca sobre os argentinos pela Supercopa.
A trajetória de Doval no Flamengo
Nascido em Buenos Aires em 1944, Doval desembarcou na Gávea em 1969 e rapidamente caiu nas graças da torcida. Com dribles, carisma e faro de gol, tornou-se peça central no ataque durante seis temporadas.
De acordo com registros oficiais, foram 94 gols em 263 partidas, marca que o mantém como o maior artilheiro estrangeiro do clube até hoje.
No período, conquistou títulos importantes, como os Campeonatos Cariocas de 1972 e 1974, além de Taças Guanabara em 1970, 1972 e 1973. Entre os companheiros de time, integrou uma geração que seria base do futuro time campeão com Zico, e se destacou pela relação próxima com os torcedores, sempre envolvido na vida boêmia e cultural do Rio.
Naturalizado brasileiro em 1976, Doval chegou a defender também o Fluminense entre 1976 e 1979, mantendo rivalidade e protagonismo nos clássicos cariocas.
Doval morreu de que?

O fim precoce veio em 12 de outubro de 1991. Após acompanhar a vitória do Flamengo por 2 a 0 sobre o Estudiantes, em La Plata, pela Supercopa, Doval comemorou com a delegação rubro-negra no hotel e, mais tarde, estendeu a noite em Buenos Aires.
De acordo com reportagens da época, sofreu um infarto fulminante ao sair de uma boate.
A notícia abalou ex-companheiros e a torcida, que ainda o reverenciava como símbolo da paixão rubro-negra. Até hoje, Doval é lembrado como um dos primeiros grandes ídolos estrangeiros a se tornar “carioca por adoção”, combinando talento dentro de campo e carisma fora dele.
Mais de três décadas após sua morte, Doval segue presente no imaginário rubro-negro. O atacante deixou marcas expressivas em títulos, gols e momentos emblemáticos, mas também na forma de viver o clube intensamente.
O reencontro com o Estudiantes, adversário do último jogo que presenciou, reaviva a lembrança de um personagem que fez história no Flamengo e permanece como símbolo de uma era.