A vida pessoal de Berta Loran, que morreu aos 99 anos no Rio de Janeiro na madrugada desta segunda (29), foi marcada por paixões, escolhas difíceis e pelo desejo frustrado de ser mãe.
Fora dos palcos e estúdios, a atriz atravessou experiências intensas que moldaram sua trajetória íntima.
Berta Loran era casada?
Berta se casou pela primeira vez em 1946 com o ator Suchar Handfuss, também judeu. O relacionamento, segundo ela própria, não nasceu do amor, mas da vontade de conquistar autonomia após uma juventude marcada pela rigidez familiar.
Durante a união, enfrentou dificuldades financeiras e engravidou duas vezes, mas decidiu interromper as gestações.
“Não gostava dele, e ainda havia a questão do dinheiro. Fiz dois abortos, porque não tinha condições de seguir em frente”, admitiu em entrevistas.
O casamento terminou em 1957, ano em que se naturalizou brasileira.
Berta Loran teve filhos?

Nos anos seguintes, Berta voltou a se casar, desta vez com o comerciante Júlio Marcos Jacoba. A relação reacendeu o desejo de formar uma família, mas, mesmo após tratamentos médicos, a gravidez não aconteceu.
Em 1966, uma infecção uterina obrigou a atriz a passar por uma histerectomia, cirurgia que removeu o útero e tornou impossível a maternidade biológica.
O episódio marcou profundamente sua vida, encerrando de vez a possibilidade de realizar o sonho de ter filhos. O casamento durou até 1988.
Novas uniões e estabilidade
Berta se casou novamente em 1990, desta vez com o cantor Paulo de Carvalho, união que se estendeu até 2016.
A partir de 2017, viveu ao lado do ator Claudionor Vergueiro, com quem permaneceu até os últimos dias.
Embora a maternidade não tenha feito parte de sua história, Berta cultivou laços afetivos sólidos e encontrou em seus relacionamentos a companhia que lhe deu suporte durante décadas.
Apesar de falar abertamente sobre humor e carreira, Berta sempre tratou com discrição os episódios mais dolorosos de sua vida íntima. O silêncio sobre os abortos e a cirurgia só foi quebrado em entrevistas tardias, quando ela já havia transformado a dor em memórias que dividia com serenidade.