O ator, professor e pesquisador David José, conhecido por ter interpretado o primeiro Pedrinho na adaptação televisiva do clássico Sítio do Picapau Amarelo, morreu nesta segunda-feira (6), em São Paulo, aos 83 anos.
A informação foi confirmada por familiares. Ele lutava, desde 2017, contra uma doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
Carreira de David José
Nascido em 1942, em São Paulo, David José iniciou sua trajetória artística ainda criança, participando de grupos de teatro estudantil.
Em 1955, foi escalado pela TV Tupi para dar vida a Pedrinho, sobrinho da Dona Benta na obra de Monteiro Lobato.
A produção marcou a estreia da clássica história infantil na televisão brasileira e ajudou a consolidar o espaço das narrativas voltadas ao público infantil na programação da época. Ele permaneceu no papel até 1959.
Carreira acadêmica e intelectual
Após a experiência como ator, David trilhou um caminho sólido na vida acadêmica. Formou-se em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP), fez mestrado em Sociologia da Cultura e concluiu doutorado em História Social, também pela USP. Sua formação internacional incluiu passagens pelas Universidades de Paris VIII e Paris X, onde aprofundou estudos em Sociologia.
Além de professor universitário, publicou livros de referência sobre dramaturgia e televisão, como O espetáculo da Cultura: Teatro e TV em São Paulo — 1940-1950, obra considerada fundamental para compreender os primórdios da teledramaturgia brasileira.
Jornalismo e comunicação
David José também se destacou como jornalista, diretor e apresentador em emissoras como TV Bandeirantes e TV Gazeta, onde atuou em programas culturais e educativos.
Sua contribuição extrapolou os palcos e estúdios, deixando marcas na crítica cultural e na pesquisa sobre os meios de comunicação no Brasil.
Qual foi a causa da morte de David José?
O ex-intérprete de Pedrinho, que tinha uma doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), morreu cercado pela família. Deixa a esposa, Lígia Todescan Lessa Mattos, dois filhos e dois netos.
Sua trajetória será lembrada tanto pelo pioneirismo no audiovisual, ao encarnar um dos personagens mais queridos da literatura infantil, quanto pela relevância acadêmica na reflexão sobre cultura e mídia no país.